10 da manhã. Ao dobrar a esquina para entrar na sala de professores apercebo-me de um rumor estranho, um burburinho mais alto do que o normal, entro e são dezenas de olhos colados numa tela e não menos narizinhos encostados, do lado de fora, às janelas, a tentar vislumbrar algo que se encontra projectado em tamanho XL. Espreito. Ah! O casamento real!
Rio da situação. Penso que tudo isto não passa de um grande espectáculo, de algo que devia ser vivido a dois. E dou por mim a engrossar o amontoado de espectadores e a passar a próxima hora a comentar vestidos e chapéus [que havia para todos os gostos!] e a debater protocolo e etiqueta, enquanto aguardo a entrada triunfal da noiva! Bonitinha, vá, não estava deslumbrante, mas, dentro da simplicidade, convencia!
Não me parece estranho que todo este folclore cative. Afinal, a maioria de nós adormeceu a ler ou a ouvir histórias de princesas, contos de fadas e finais felizes... E provavelmente passou a noite a sonhar com beijos arrebatados no último instante, promessas eternas e... Triiim! O despertador! Voávamos para a escola e, antes mesmo de soar a campainha, já tínhamos enfiado o bilhetinho na mochila do Renato* (ou Rodrigo, ou Raul...) para mais tarde descobrirmos que afinal o Renato andava de olho na Patrícia, que era a namorada do seu melhor amigo, o Rodrigo, e que, uns minutos antes, no autocarro, havia lançado um olhar indiscreto ao Raul, namorado da sua prima...
* Is it Royal life for real?!
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